terça-feira, 15 de agosto de 2017

A complexidade da ciência e do universo traduzida de uma forma agradável

Quem nunca olhou para  o céu e se perguntou como surgiu tudo? Como surgiu o universo? Ele é finito? Ou infinito? E o tempo, houve um começo? Teremos um fim? De que é feito tudo? É possível voltar no tempo? Hoje, a pauta é tempo, espaço, universo, buracos negros... enfim.

Se você é uma pessoa curiosa por natureza e se pergunta sobre o tempo, espaço, possibilidade de viagens no tempo... se você é daqueles que se questionam do porquê da grandeza do universo e como ele surgiu, por que estamos aqui, que lei rege um buraco negro; não pode deixar de ler a agradável obra de Stephen Hawking. Mas para lidarmos com tudo isso, precisamos ler sobre física certo? Bem, física agrega o contexto de partículas, átomos, massa, energia, mecânica quântica, além de equações complexas. O assunto é vasto, logo, é uma leitura densa, pesada, certo? Errado. Pelos menos no ótimo livro Uma Breve História do Tempo vemos tudo de uma forma fluida e agradável. 


A obra possui uma leitura fluida



Hawking, conseguiu traduzir a complexidade da física para as páginas de Uma Breve História do Tempo. Reunindo a vastidão do assunto e do espaço, ele escreve de maneira singular e agradável e é justamente onde acertou: na maneira de escrever. Devido a complexidade dessa ciência, o assunto pode afugentar o leitor logo nas primeiras páginas, mas Hawking atrai e prende a atenção. Ele faz a física ficar assimilável - guardada as devidas proporções - sobre um tema de alta complexidade. Embora a obra tenha um conteúdo relativamente fácil e compreensivo, é preciso uma leitura caprichada e atenciosa para compreender os mecanismos e o contexto de determinada situação em pauta. Embora tenhamos uma leitura fluida, pode ser que seja necessário reler um parágrafo por exemplo. As figuras que complementam a explanação ajudam bastante para nortear o leitor.



Agrega na leitura prazerosa o fato que em determinados momentos, quais fatos da vida acadêmica do autor contribuiu no contexto da explicação sendo relatado como foram as novas descobertas baseadas em artigos, estudos, etc. Esta publicação é obrigatória para todos os curiosos, questionadores, pessoas de bom senso e que não aceitam as informações “prontas”. 


domingo, 13 de agosto de 2017

Relatos poderosos da guerra

Olá Leitores. Hoje a pauta é sobre guerra. Um dos meus gêneros favoritos de literatura é de cunho histórico. Se for de guerra, melhor. Tenho paixão por esse tipo de literatura. Mas por quê? Somente pelas mortes, destruição? Não. O motivo de eu gostar é que é possível observar um contexto mais amplo do conflito e sob diferentes perspectivas, consequências observadas sobre um país/população, o que gerou a guerra, perspectiva sentimentais, econômicas, sociais... enfim. Isso se for um livro de guerra bem escrito. 

Vamos falar hoje de uma obra chamada A Caminho do Inferno - A Batalha de Estalingrado livro este escrito em 1967 e vendido somente em sebos. Consegui um exemplar em ótimo estado como pode observar na foto. Este poderoso livro relata as incríveis experiências do próprio autor no front leste na II Guerra Mundial que antecedeu o confronto pela cidade de Stalingrado (forma correta hoje de escrever a antiga cidade russa). Com riqueza de detalhes Zieser coloca o leitor ao seu lado testemunhando desde um simples diálogo entre oficiais ao mais absoluto cenário de horror e carnificina dos combates.  



Embora sejam relatos pessoais, o leitor absorve não só os horrores da guerra, mas a manifestação do lado psicológico e humano dos soldados - nem todos tinham a mesma ideologia. Explicita a relação de camaradagem e o poder da amizade nas trincheiras. Com narrativa ora comovente, ora instigante, Zieser constrói um vínculo com o leitor dividindo as aflições das trincheiras e os sofrimentos com a perda dos companheiros, mas também consegue nos passar um pouco do conforto dos raros momentos de descontração do grupo. Os relatos ganham vivacidade quando o autor descreve e interliga os cenários com os seus sentimentos aumentando a sensação de imersão.   



Cabe uma observação que reparei em razão da obra possuir uma história peculiar, incrível e “perfeita”, quase um romance. A obra transparece que os nazistas não são tão cruéis, quando na verdade quase não havia distinção no tratamento com os povos do leste. É claro que nem todos os soldados compartilhavam da destruição total do inimigo. Mas o fato do livro quase ser um romance levanta dúvidas. Em pesquisa, constatei: Há quem suspeite que o livro seja uma farsa. É fato que a guerra no leste foi muito mais selvagem que o confronto no oeste. O Nazismo atacava ferozmente a ideologia soviética e considerava os russos como raça de subumanos. Muitos leitores podem questionar se o livro não é um romance ou é de fato um relato verdadeiro. Há trechos e/ou parágrafos em que o autor não usa de precisão e em alguns momentos o leitor perceberá uma ligeira desconexão. Em pesquisa pela internet não existe imagens, nem fotografia do autor. Um detalhe curioso questionado por um participante de um fórum é que o livro não possui um prefácio e/ou posfácio, isso ajudaria com uma maior autenticidade. 

O subtítulo do livro menciona a batalha de Stalingrado, mas o autor somente cita a cidade no final, faltando poucas páginas para o fim. Tudo o que Benno Zieser presenciou o leitor não terá dúvidas: o inferno já tinha começado antes da chegada à cidade.

A Caminho do Inferno é uma leitura vívida e tocante. Levará o leitor ao front com uma incrível história nas perspectivas de um soldado alemão.

A crônica em diversas épocas


É a primeira vez que leio sobre esse gênero e o que me chamou a atenção é que a crônica é uma narração de fatos históricos e/ou trata de temas da atualidade sob o ponto de vista do escritor, logo, fiquei curioso. Um aspecto interessante é que o leitor verá como a crônica se comportava e o ponto de vista dos escritores conforme a época em que foi escrita. Nesse ponto é interessante, pois podemos ter uma noção como era a sociedade da época.



Alguns leitores irão se identificar mais com determinados autores. Há crônicas maçantes, mas há também crônicas excelentes e criativas. Por questão direitos autorais não estão presente os escritos de Manuel Bandeira e Cecília Meireles. Será que não ficaria melhor com a inclusão dos dois? Afinal são dois grande nomes da literatura nacional. Embora seja um bom livro, vale pela experiência para quem nunca leu esse gênero e a partir daí incluir na lista de leitura outras crônicas.

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

O Comunismo e sua influência no Leste Europeu

Olá leitores. A obra que trago hoje é uma brilhante publicação de Anne Applebaum - A Cortina de Ferro, o fim da Europa de Leste. Bem, estava eu mais uma vez pesquisando sobre comunismo. Dessa vez procurei uma obra que relatasse como o sistema dominava e influenciava a vida das pessoas. Para minha surpresa encontrei o livro em pauta. Detalhe: não era vendido no Brasil, não foi lançado por aqui (até 2016) e eu tive que importar de Portugal. Importei através da Livraria Cultura. Preço da curiosidade: 125 reais. Valeu cada centavo. É uma obra espetacular, Applebaum investiga com profundidade como o Comunismo dominava os povos do leste europeu em vários aspectos. 


Anne Applebaum escreve este maravilhoso livro que explica como o Comunismo foi imposto à força no leste europeu – com maior abordagem à Alemanha Oriental, Polônia e Hungria retratando o ano de 1944 até aproximadamente 1956. A obra levou mais de seis anos de extensa pesquisa. Um fato que muito me surpreendeu, segundo a escritora, foi algumas pessoas terem desaparecido após entrevistas concedidas para a obra. 

Applebaum abordou um tema até então pouco explorado



Escrito de forma minimalista com ótima descrição e não linear - os eventos são apresentados de forma não-cronológica ou aleatória, movimentando-se entre o presente e acontecimentos passados, Applebaum demonstra todos os pormenores das histórias de vida dos cidadãos com relatos e entrevistas nos anos imediatamente pós-guerra e como tinham que escolher entre lutar, fugir ou colaborar; mencionando também as perseguições que a igreja, os meios de comunicação, instituições e associações sofreram pelo regime. O leitor não encontra dificuldade em perceber como o Comunismo estava fechando o cerco, ou melhor, pondo a Cortina de Ferro propriamente dita visto que a escritora escreve de forma clara.



Embora o português de Portugal tenha algumas palavras diferentes não atrapalha a desenvoltura



Com riqueza de detalhes explora a limpeza étnica - embora a II guerra tenha acabado, ainda continuou. Como a juventude estava inserida e se comportava no contexto do regime, a participação do rádio na propaganda e sua influência, a política e a economia. Muito claro ficou também como os comunistas viam e faziam para deter inimigos internos, a utopia do Homo Sovieticus – com forte doutrinamento; a Cidade Socialista – que seria a cidade modelo. Como não poderia faltar, Applebaum aborda a tensão que levou Moscou a ficar em alerta com a revolta de Berlim em 1953 e em Budapeste em 1956.

O leitor é premiado com bastante material fotográfico



Esta excelente obra possui mapa dos países e suas delimitações antes e depois da chegada do Comunismo e 24 páginas de fotografias da época abrangendo o modo de vida, os líderes do partido, trabalhadores e as revoltas que ocorreram. 


Chamo a atenção para os leitores detalhistas. Comprei o livro em outubro de 2015, na época, como citei acima, não havia ainda sido lançado no Brasil. Escrevo este texto em agosto de 2018, a obra já foi lançada por aqui, entretanto, uma publicação com fatos históricos do nível dessa escritora, a editora responsável pelo livro no Brasil suprimiu as fotografias da edição original (folheei na Saraiva). O leitor somente terá o texto ficando sem o excelente material fotográfico. Uma pena. Não sei que critério a editora utilizou para retirar as fotos. Como sou detalhista, achei a capa da edição portuguesa mais bonita e mais viva do que a edição nacional. Se você gosta do assunto e da maneira como a escritora abordou, recomendo a versão portuguesa, muito mais completa e terá na estante um livro grandioso.

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

As memórias de uma brava mulher

Olá leitores. Nosso assunto de hoje trata-se de uma agradável viagem no tempo, mais precisamente ao famoso navio Titanic. Como sou uma pessoa muito curiosa, após assistir a maravilhosa minissérie Titanic: Blood and Steel (Titanic: Sangue e Aço) na Netflix pesquisei na internet se existia um livro de alguma testemunha, algo como uma publicação de alguém que acompanhou o navio de perto. E eis que encontro uma biografia, ou melhor, as memórias de uma mulher que esteve no maior transatlântico da época. Ela testemunhou tudo, do naufrágio do Titanic ao afundamento do navio Britannic. Acompanhe minha opinião sobre o livro Sobrevivente do Titanic - As memórias inéditas de Violet Jessop, tripulante sobrevivente dos naufrágios do Titanic e Britannic.

O leitor dever ser prudente e não esperar uma obra completa sobre a tragédia do Titanic. Trata-se de um manuscrito feito pela Violet Jessop – comissária de bordo – e sua carreira marítima com introdução, edição e comentário de John Maxtone-Graham. 



A autobiografia narra a história dessa valente mulher desde o nascimento, a infância difícil – terríveis problemas de saúde –, as duas situações de perigo nos naufrágios do Titanic e Britannic e ainda um amor não correspondido. Esta brava mulher serviu ainda como enfermeira de guerra. Jessop conta sua vida com uma narrativa bem desenvolvida, agradável e fluida. Difícil o leitor não se sensibilizar com os percalços que a autora superou.         
      
No início, o leitor não terá pressa em chegar no principal capítulo – o afundamento do Titanic – visto que ela consegue entreter bem o leitor. A autora nos mostra também o contexto da vida e a carreira das comissárias de bordo da época. Já nos trechos do afundamento do navios, é o melhor do livro. Jessop conta tudo o que viu narrado por suas próprias palavras. 


Alguns capítulos o editor faz um breve comentário visando confrontar fatos estudados com o que ela diz. Nos trechos finais após os desastres, a autora conta detalhes de sua vida e carreira profissional como as viagens, as amizades dentro e fora do navio e o trabalho em escritórios prestes a se aposentar. Neste ponto a leitura torna-se um pouco monótono, nada há de interessante e Jessop apenas narra fatos rotineiros e sem grande impacto junto ao leitor.



Sobrevivente do Titanic é um bom livro, mas peca pelas poucas páginas focando o desastre do Titanic – trinta e sete páginas para ser exato. Não é um livro que enfatiza o navio e seus detalhes e a tragédia, mas as memórias narrando a vida e a carreira de uma mulher comissária de bordo, e quis o destino que ela estivesse a bordo nos dois navios mundialmente conhecidos para que a tragédia ocupasse apenas uma pequena parte do livro.  

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Os crimes do comunismo esmiuçado


Olá! Hoje compartilho um tema que eu gosto muito, é sobre o Comunismo tanto no aspecto político como dos crimes. É um assunto vasto, complexo, mas igualmente instigante. Quem gosta de ler sobre ideologia, mais especificamente sobre o Comunismo no tocante aos crimes, não pode deixar de lado O Livro Negro do Comunismo. A extensa e monumental obra contextualiza os crimes de forma absurdamente abrangente.


Monumental e extensa obra sobre os crimes do Comunismo


Essa monumental obra escrita por vários historiadores com a colaboração de pesquisadores relata em mais de 800 páginas os horrores que o comunismo perpetrou numa escala global. Os autores mergulharam e investigaram a ideologia quanto aos crimes, terrorismo e a repressão que o regime impôs. Contendo 32 páginas com fotografias e denso conteúdo, o leitor leigo pode sentir em certos momentos uma fluidez lenta. O conteúdo em si e em certas situações – mesmo para os que já possuem certo conhecimento sobre o tema – possui uma linguagem, digamos, complexa e não tão assimilável num primeiro momento. A publicação que reúne textos de diferentes autores, não traduz numa fluidez uniforme e a leitura fica lenta a partir da metade da obra, mas se recuperando próximo do final. Nada grave que comprometa a compreensão, mas exige uma leitura atenta visto que a densidade é uma característica do livro.


Publicação com farto material fotográfico


Os capítulos foram divididos entre os autores, cada um escreve sobre o comunismo em determinado local. A abordagem dos autores é enormemente abrangente – do sistema embrionário aterrador e repressivo da URSS às particularidades do regime no leste europeu; a complexidade do comunismo asiático e seus crimes ao projeto do socialismo na América Latina e parte da África. A obra demonstra os crimes políticos, os genocídios, as deportações, o terror e a repressão do regime em diferentes países. Paralelo aos horrores explícitos – há crimes de casos coletivos e individuais inimagináveis – os autores conduzem o leitor na compreensão do regime tanto no aspecto político como nos crimes no seu estado embrionário, o desenvolvimento, as particularidades e o estabelecimento da ditadura em vários países, especificamente na Ásia com o peculiar caso da China – forte cultura de reeducação do indivíduo e a centralização exacerbada ao partido comunista. O leitor compreende como o regime era moldado conforme o país, as perspectivas dos líderes dos partidos com a ideologia, os expurgos, o sistema utilizado para punir e assassinar e os efeitos na população.


Talvez a mais completa obra sobre os crimes do comunismo


Stéphane Courtois – um dos autores –  comenta com clareza no final os motivos do comunismo ter se tornado uma ditadura sangrenta e criminosa e porque agia de forma violenta. A célebre frase atribuída a Maquiavel: O fim justifica os meios fazem jus aos que os comunistas perpetraram onde os governantes devem estar sempre acima da ética e da moral dominante para o êxito nos objetivos. Conforme o comportamento do regime ao longo dos anos, Courtois analisa a atuação no contexto de fatos importantes da história mundial como as experiências da revolução francesa, a época dos czares na Rússia pré-revolução, etc. A obra é fundamental para entender a dimensão dos crimes do comunismo. Para os fãs do tema um livro indispensável.





A análise de balanços de forma prazerosa

Olá. Sou graduado em Ciências Contábeis e essa profissão exige constante atualização e leitura, aliás, qual profissão não exige? Hoje o assunto é balanços, demonstrações contábeis... enfim. Relatório esse tão importante e vital para a tomada de decisões bem como verificar a saúde financeira das empresas. Divido com vocês minhas impressões sobre esta excelente obra.

A obra é muito bem dividida, facilitando o aprendizado.

O livro de hoje é o excelente Estrutura e Análise de Balanço Fácil, série que a editora Saraiva mantém no mercado com ótima didática. 

Embora a análise de balanços seja complexa e não necessariamente difícil, Estrutura e Análise de Balanços escrito pelo experiente Osni Moura Ribeiro cumpre com o dito Fácil. Da série Fácil – auditoria, contabilidade comercial, contabilidade de custos, contabilidade geral dentre outros –, Estrutura e Análise de Balanços foi o primeiro que li e a experiência foi positiva.



Atualizado conforme as Leis 11.638/07 e 11.941/09 e NBC TGS convergente as IFRS, Ribeiro agrada na escrita e na forma como conduz o assunto. Ele aborda de forma equilibrada e sem excessos de profundidade, porém, com assimilação suficiente caso o leitor queira se aprofundar posteriormente. O livro é claro, didático e objetivo. O autor seguindo uma sequência didática explica e divide a obra em três partes: Introdução, Estrutura das Demonstrações Financeiras, e Análise e Interpretação de Balanços. Nessas três partes estão toda a abrangência que se faz necessária para o estudo. Destaco o capítulo sobre os relatórios de análises, muito bom. Ribeiro explica os conceitos, a elaboração e um exemplo prático do processo.